ALTER/ALGO/RITMOS [on-line]

A exposição ALTER/ALGO/RITMOS aconteceu nas mídias sociais da GAP entre 20 de abril e 27 de maio de 2021.  Exibe trabalhos, selecionados via edital, de Álvaro Nomura + Gabriela Moriondo; Hugo Bello + Jaíne Muniz; Letícia de Oliveira Fraga; e Sulamita Marques Correia da Rocha.

Tratam-se de proposições em arte contemporânea que propiciam processos colaborativos e participativos, que envolvam pessoas, grupos ou comunidades na instauração, ativação ou materialização de parcelas, versões ou unidades constituintes de etapas, séries, múltiplos ou edições de projetos artísticos.

Os artistas selecionados propuseram obras que o público pode assistir, mas também participar, criando novas colaborações ou participações. Houveram convites para dançar imaginando a sensação do infinito, para experimentar outros usos para as plataformas de reuniões on-line, para doar imagens ou frases curtas de cenas de atividades domésticas e para escrever uma carta para nossos parentes do futuro. Os conteúdos enviados pelo público também foram publicados em nossas mídias sociais.

A exposição virtual também contou com propostas educativas desenvolvidas, em parceria com a GAP, pelos estudantes da disciplina “Ensino da Arte em Espaços Nāo Escolares”, ministrada pela Professora Adriana Magro, no Curso de Licenciatura em Artes Visuais. Confira as propostas abaixo.

Essa iniciativa visa divulgar o que estudantes do Centro de Artes estão produzindo no campo da arte contemporânea, ainda sob os efeitos da pandemia, crise econômica, política e social.  Essa proposta busca experimentar diálogos com o público, ou ainda, ativar outras formas de interação com obras de arte neste momento em que ainda não é possível visitar exposições de forma presencial. 

Proposição curatorial do edital: Daniel Hora 

Juri de seleção: Ananda Carvalho, Daniel Hora, Denise Vieira Cesar, Diego Rayck, Kaíque Cosme e Rodrigo Pablo Vieira.

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Sobre as obras:
Opus Elysium
Álvaro Nomura com a colaboração de Gabriela Moriondo
vídeo
1 minuto
2019

O vídeo consiste em uma ressignificação visual das obras suprematistas de Malevich. Representado pela dança contemporânea, seus movimentos, formas e ações tornam a obra mais que um vídeo, parte a ser uma pintura em movimento. Uma composição sonora construída em conjunto com a performance de Gabriela Moriondo, rompe com o padrão de uma dança para a música, colocando o movimento do corpo como objeto central e mais importante da composição. Tais elementos, somados à espacialidade infinita concretizam um título cujo significado não poderia ser outro além de Opus Elysium (Obra do Paraíso), grafada em grego ao fim da composição. Com o intuito de passar a sensação de uma experiência metafísica no divino convida o espectador a entrar na obra e a senti-la.

>>>A proposta do Opus Elysium é experimentar a sensação do infinito, explorar a dança fugindo das relações com tempo e compasso, realmente sentir a dança como se estivéssemos no Elysium grego. Por isso, convidamos a todos para a ativação dessa obra de forma que sintam essa dança também. Grave um improviso dançando o que você está sentindo no momento em que se grava. Filme dançando o medo, a alegria, a vergonha, o prazer e marque @gap.ufes, para que possamos vivenciar isso juntos.

Conheça a proposta educativa elaborada por Bianca Aparecida Corona.

int3r@#$@2maquinações_!#$digitais 
Hugo Bello e Jaíne Muniz 
vídeo, 2021
Uma miríade de mudanças drásticas foram provocadas no mundo pela pandemia de Covid-19, estando as relações interpessoais entre as mais afetadas pelo distanciamento. Os espaços de convivência humana foram instanciados no mundo virtual: igrejas, escolas e escritórios, agora abstraídos como bits, se aglutinam aos outros milhões de terabytes na rede mundial de computadores.
int3r@#$@2maquinações_!#$digitais propõe se apropriar do Zoom, espaço virtual que concentra parte considerável das interações entre humanos-maquinados neste contexto, para construir uma colagem audiovisual performática, ruidosa, artificial e coletiva que replica e critica a complexidade dessas novas relações tão densas e, paradoxalmente, vazias.

>>> Um convite à experimentação: 1. convide uma ou mais pessoas para uma videochamada na plataforma Zoom; 2. ative a gravação da reunião; 3. instrua os participantes a ativarem seus microfones e câmeras; 4. faça um rodízio em que cada participante possa compartilhar sua tela e seu áudio de uma vez; 5. fique livre para abrir o que quiser; 6. manipule e corte a gravação no seu editor favorito (ou não).

Conheça a proposta educativa elaborada por Bresiana C. da Silva e Danieli C. Cezar.

Dentro e Fora
Letícia Fraga
Vídeo, 2020
Tenho como proposta a coleta de imagens (vídeo e fotografia) que representem uma cena ou ação de atividades domésticas, seja ela de limpeza, cozinha, lavagem, reparo, manutenção, construção ou destruição, não tem fim. Com o efeito do tempo, ela precisa ser feita e refeita pelas mão humanas, conforme suas necessidades. Aqui, desejo ampliar digitalmente, de modo que essas imagens ocupem o espaço virtual da tela. O objetivo é a construção de um banco de imagens, através da fotografia e da escrita, que materialize a sensação infinita que é a do trabalho doméstico.

>>> Um convite à colaboração: as pessoas podem participar doando imagens ou frases curtas, objetivas e descritivas da ação ou de cenas de atividades domésticas. 

Conheça a proposta educativa elaborada por Tatiane Santos.

acabou o planeta sobrevivemos nas ruínas
SULAMITA
Vídeos e imagens propositivas, 2018-2021
Estamos no Antropoceno, acabou o planeta. Presenciamos mortes em exorbitante número diário. Animais não humanos e humanos, fungos, plantas, rios, terra, montanhas, ar, esperança, direitos, afetividade, tempo. Tudo está morrendo a cada instante. Mas ainda há vida. Ainda existe nós. Você que lê esta carta, vê este inventário, você está vivo, ocupando as ruínas em uma rede colaborativa subversiva de sobrevivência. Mutualistas; nós vivemos juntes gerando benefícios para todes envolvides. Vivemos em ruínas há séculos, sabemos que só sobrevive quem corresponde, compartilha e contribui. Nossos parentes antepassados viveram em ruínas quando seus territórios foram invadidos, sua cultura destruída, seus laços familiares cortados. Nossos parentes também foram sequestrados, carregados como mercadoria no oceano, viveram em extrema tortura. Nossos parentes nos ensinaram, ouçam as suas vozes no sangue. [Sobrevivemos nas ruínas]. Graças a eles nós estamos aqui. Graças a eles você consegue ler esta carta. O Antropoceno separa, segrega, domina e destrói. Mas juntes nós sobrevivemos.

>>>  Quais espécies nos acompanham, quais vidas estão mantendo as nossas nesta ruína que habitamos? Acabou o planeta, mas nós estamos aqui! Registrar para conhecer, entender e reconstruir. Compartilhar para nos mantermos juntes. O sinal é #sobrevivemosnasruinas. Registre como uma carta para nossos parentes do futuro.
Nesta obra, o público também pode participar pelo site.

Conheça a proposta educativa elaborada por Layza Oscar e Gleiciane Forte.

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