Elíptica
É uma exposição que apresenta trabalhos recentes de artistas de várias gerações, que têm em comum o interesse pela pintura (entre outras questões relativas à arte). Temos todos, no Centro de Artes da Ufes, um ponto de convergência.
A palavra ELÍPTICA tem muitos significados. Interessa-nos o caráter de incompletude, transformação e capacidade de atualização que o termo sugere e o mundo nos impõe. A arte é uma escolha que, para aqueles que a fazem, elabora condições sensíveis, intelectuais e materiais para processar criativamente as discrepâncias do existir e enfrentar os desafios que a vida nos apresenta.
Tornou-se irrecusável reafirmar que este evento celebra com arte, neste momento difícil da vida social, política e econômica do país, que aqui é o lugar privilegiado da criação, da reflexão, da troca. Esta exposição é o emblema dessas percepções. Todos acreditamos na igualdade de direitos e celebramos as diferenças. Exaltamos a confiança no discernimento. Acreditamos na generosidade e no respeito às liberdades individuais e sociais.
Trata-se, portanto, de um ato de repúdio à intolerância, à discriminação em todos os níveis. Enfim, este encontro, que reúne tantas diferenças, configura uma atitude afirmativa, potente, alegre, que acredita num Brasil livre, autônomo, igualitário, mais justo e solidário. Menos violento.
Portanto, este evento promove, nestes tempos duros, pejados de desconfiança e indignidade, um encontro de sonhos, liberdade e trocas afetivas. Juntos, apesar ou devido às nossas diferenças, seremos muito mais fortes e melhores. Acreditamos que a arte é um fio condutor dessas convicções. Tudo isto, dito pouco tempo atrás, pareceria lugar comum ou ingenuidade, mas hoje, infelizmente não o é. Assim como a arte, ELÍPTICA é a vida, descontínua em sua continuidade.
Lando
Curadoria