Marcos Martins

Entrevista com o Prof. Marcos Martins por Henrique Tavares 

A entrevista a seguir foi feita como sugestão de perguntas formuladas pela professora Adriana Magro para avaliação final da disciplina Ensino de Artes em Espaços Não Escolares, da Universidade Federal do Espírito Santo. 

Entrei em contato com o professor pelo Whatsapp para conversar e saber da disponibilidade para participar da entrevista. O entrevistado gostou muito da ideia e se disponibilizou a responder as perguntas que mandei por um link do docs. Portanto, as respostas são integralmente as palavras de Marcos Martins, Artista e Professor da UFES. 

 

Nome: Marcos Martins  

Formação: Artista visual e arquiteto, mestre e doutor em poéticas visuais ECA/USP  

Ano de ingresso na UFES: 2010  

Ano de ingresso na GAP: 2010 a 2014 e. 2018 a 201

Tempo de permanência na GAP: 6 anos  

Como via sua participação na Gap? Gestor? Curador o que? 

Como ARTISTA ETC, ou seja, gestor, curador, design de display de exposições, arquiteto de expografias, professor, marceneiro, eletricista, montador e pintor de parede.  

Quais foram as ações desenvolvidas na Gap sob sua gestão? Exposições, minicursos, encontros com artistas, educativos e catálogos?  

Antes de assumir a gestão da Gap em 2010 a galeria estava sem gestor e sem atividades e programação, o que havia era o uso do espaço para eventos sociais de outros cursos e Pró-reitorias que em nada contemplava as práticas artísticas.  

Motivado em ocupar esse espaço foi proposto um calendário de exposições a começar em 2010 com o OCUPA (que hoje chama-se DAVISUAIS ) onde foi aberto um edital pros alunos de artes que na primeira versão teve 42 inscritos e 20 selecionados (toda a programação das atividades desenvolvidas em minha gestão podem ver vistas no link: http://gapvix.blogspot.com/?m=1)   

Após o ocupa 1, exposição que reinaugurou os trabalhos da GAP defendendo o espaço como um espaço de produção e experimentação em Artes, vieram os seguintes eventos por ordem  de ocorrência:  

Fevereiro 2011: Trampolim plataforma de encontro com a arte da performance organizado por Marcus Vinícius;  

Março 2011: Exposição coletiva ocupa 1; 

Maio 2011: Exposição coletiva territorialidades urbanidade (parceria UFES e universidade granada); 

Junho 2011: Exposição BASE 2 (coletiva parceria instituto Tomie Ohtake, Homero Massena, Gap e prêmio EDP das Artes);  

Julho 2011: OCUPA 2;  

Setembro 2011: Exposição coletiva impressões/diálogos (parceria alunos UFES E UFPR);  

Outubro 2011: Exposição direitos humanos: imagens do Brasil (parceria petrobras, funarte); 

Novembro 2011:  Seminário internacional arte pública (Brasil, Portugal, Espanha, Argentina);  

Novembro 2011: Exposição Lugares Outros (grupo pesquisa heterotopia -Universidade Santa Marcelina - Curadoria Shirley Paes Leme); 

Novembro 2011: Leitura portfólio com o artista Bruno Durley - Instituto Tomie Ohtake. Prêmio EDP das artes. 

Ano 2012  

Exposição ocupa 12.1 coletiva dos alunos artes; 

Exposição A PONTE (individual de Santiago Canizares); 

Exposição Arquipélago Férreo de Rodrigo Rosa edital SECULT; 

II SEMINÁRIO NÚCLEO Conservação e restauração: do panorama ao pertencimento;  

Exposição Opacidade e transparência artista Regina Rodrigues edital SECULT; 

Exposição transpondo o olhar; 

Exposição de um corpo a outro (prefeitura vitória);  

Exposição coletiva trânsitos e visualidades (UNICAMP, UFES e UFF); 

Ano 2013  

Exposição rebarbas (Homero Massena e GAP); 

Exposição AQUARUM prêmio FUNARTE;  

Artistas Piatan Lube e Júlio Tigre;  

Exposição interlocutores artista pesquisador;  

Exposição Independência quem troca?; 

Ano 2018 (2ª gestão) 

Exposição SÓ SE FOR NO FUNDO DO MAR;  

Exposição SINAPSES o pensamento do artista;  

Exposição DAVISUAIS 2018; 

Exposição CONCRETOS E MOLDADOS Paulo Marendino;  

Lançamento Edital Nacional GAP; 

Palestra: Colecionadores de arte institucionalizado e privado no Brasil com Ney Vargas e Ananda Carvalho; 

Seleção alunos educativo da GAP; 

Exposição DESLOCAMENTOS Artistas professoras;  

Exposição SIRVA-SE DO QUE VOCÊ QUISER; 

Exposição e defesas GRADUARTES 2018;  

Exposição elíptica; 

Exposição DAVISUAIS 2018; 

 Ano 2019  

Exposição ao redor do sono;  

Exposição hipóteses voláteis; 

Oficina hipóteses voláteis;  

GRADUARTES 2019 LIMIARES LABIRÍNTICOS; 

Exposição DAVISUAIS CTRL ZIL 2019.  

Sabe se foi noticiado no “Informa” da Ufes ou canais locais?  

Sim, no site canal contemporâneo, mapa das artes, portal da UFES além do Instagram e site da GAP (criado em 2019) e blog da GAP  

Como foi sua inserção naquele espaço? Há um conselho que promove debates sobre os caminhos da galeria? 

Minha inserção na Gap se deu em 2010, ano que coincide com minha entrada na UFES. Na oportunidade havia escrito no meu projeto de trabalho durante a seleção do concurso, que gostaria de assumir a gestão da galeria. O que possibilitou que logo que eu entrei viesse assumir a GAP que estava fechada, razão pela qual justificava nominar a abertura com o programa Ocupa. Meu nome se deu por indicação da chefia imediata, e aprovação dos professores do apartamento. Uma vez que não havia a configuração de um conselho da galeria. Somente a partir da gestão do professor Yiftah foi possível a configuração de um conselho da galeria, antes disso, os professores eram  demandados a partir das necessidades que a galeria tinha. 

Se há um conselho, qual é (ou qual foi) sua formação durante seu tempo à frente da galeria? 

Sim existe desde 2014, a partir da gestão professor Yiftah. Durante a minha gestão à frente da galeria entendo o que é a minha formação tenha vindo primeiro da minha experiência como artista, do meu em trabalho junto artista Shirley Paz Leme que me ensinou muito sobre a condução de um espaço expositivo universitário uma vez que ela foi fundadora e gestora do espaço do Muna da universidade de Uberlândia, outras formas de formação vieram do trabalho empírico junto à galeria de arte pesquisa e do desejo de construir um espaço ativo e potente. 

Há uma indicação de quem vai assumir a gestão da GAP?  

Hoje com o Conselho existente, as indicações nascem de dentro do próprio conselho, a partir do interesse e da votação dos nomes que são levantados.  

Desde quando existem editais de submissão de propostas para expor na GAP?  

A primeira seleção de editais da GAP deu-se em 2010 com o projeto OCUPA, quando assumi a gestão da galeria. Antes disso não havia programação ou agenda Anual. 

Você já tinha experiência em gestão de espaço expositivo quando assumiu a GAP? Se sim, qual espaço? 

Minha experiência era como artista que já ajudava nas montagens de outros artistas e amigos artistas e como agitador cultural na promoção e coordenação de projetos de exposições.  Dentro de coletivos de artistas e trabalhos de montagem e organização em exposições como no CCBNB e MUNA. 

Quais são os desafios da gestão de uma galeria vinculada a uma IES? 

A burocracia, o desinteresse institucional e a falta de recursos. 

Quem foi sua equipe? 

Muitos alunos passaram pela Gap, entre os bolsistas Ercília, Alexandre, viga, funcionários Bené, Wellington, Cacá e Denise. Além do conselho da galeria.  

Como era a distribuição do trabalho entre vocês? 

Bené ajudava nos displays, os funcionários cuidavam do escritório, montagem e divulgação, o Conselho deliberava e por vezes ajudava. Eu acabava assumindo a maior demanda desde material a intelectual, o que me causou problemas de saúde. 

Em caso de artistas convidados, como vocês organizavam a vinda (ou não) do artista para a abertura da exposição?  

Os convidados advinham de três formas, através de grupos de pesquisas de outras universidades, através de parcerias com outras instituições públicas e privadas e através de projetos submetidos por intermédio de um professor ou por edital externo a UFES como a SECULT, FUNARTE e etc.  

Para a abertura na medida do possível que a GAP podia oferecer, eu dispunha muitas vezes minha residência para hospedagem tanto pra montagem quanto pra abertura e desmontagem.

Alguma observação sobre a GAP que acha interessante citar?  

Entendo que hoje a GAP esteja passando pela situação muito mais favorável do que os anos anteriores, hoje a galeria já consegue por meio do seu conselho e da gestão ter uma conversa direta com direção do Centro de artes, e com os departamentos e os outros órgãos da UFES. O que promete que a Galeria de Arte Pesquisa volte a ocupar um lugar de perseverança, mas o lugar também de grande importância no circuito de Arte Contemporânea no estado do Espírito Santo, sobretudo na produção, pensamento, crítica em arte contemporânea. Muitas das dificuldades ainda persistem, a burocracia, a falta de recursos financeiros e materiais, a falta de recursos humanos, e um olhar mais atento e carinhoso da própria instituição UFES pela galeria e sua história e relevância, sabendo que uma boa parte do acervo de arte do Espírito Santo foi composta pela galeria de arte pesquisa, quando funcionava no centro da cidade na capela Santa Luzia. 

 

 

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